Cursos e certificados: heróis ou vilões para um novo emprego?

Para quem sempre recebeu incentivos para estudar, ter cursos e certificados, tirar boas notas e conhecer mais sobre seu campo de conhecimento e sobre o mundo, é bastante chocante saber que as qualificações podem prejudicar a procura por uma nova oportunidade. A Folha de S. Paulo publicou uma reportagem no dia 27 de janeiro sobre como os cursos e certificados podem atrapalhar a conquista de uma vaga sob a ótica de empregadores, profissionais de RH e candidatos. Separei alguns trechos que considero relevantes para aprofundar no que mais me preocupa:

 

Como as pessoas reagem diante disso, como minimizar o sofrimento e, claro, como conquistar um emprego nessa realidade.

 

Cursos e certificados em excesso pode se voltar contra o profissional

Assim começa a reportagem da Folha, que logo justifica que “o problema é que as empresas temem que um profissional com qualificação além do que é necessário vá se sentir desmotivado com suas tarefas e salário – e deixe o cargo em pouco tempo”. O argumento é legítimo, mas será que o candidato consegue aceitar e lidar com isso no dia a dia? É uma ameaça real para a empresa? Deixa de ser uma ameaça se o candidato retirar cursos e certificados do currículo? Ele deve omitir algumas formações ou até abdicar dos estudos? São mais perguntas do que respostas, não é mesmo?

 

Cursos e certificados são positivos ou negativos para o currículo profissional?
Cursos e certificados são positivos ou negativos para o currículo profissional?

Estudar ou não estudar. Eis a questão?

Eu, professora e coordenadora de curso em uma faculdade, nunca incentivaria alguém a não se qualificar através de cursos e certificados. Eu, pessoa e mãe, menos ainda! Conhecimento agrega e faz crescer. Porém, é um fato que empresas podem não valorizar isso e a solução passa pelo estudo da teoria chamada corpomídia, que eu comento muito em meu livro. O corpo comunica o que você sente, o ambiente em que vive e as frustrações pelas quais passa. Se está diante de uma vaga inferior as suas qualificações, mas mesmo assim a almeja, seja sincero com você. Se aceitar que aquela vaga é a ideal para o momento – seja por necessidade ou plano de carreira -, também será mais fácil transmitir isso ao entrevistador e convence-lo. Mas, principalmente, sua decisão será consciente e seu corpo estará ciente dela. Aceitar reduz o sofrimento e, consequentemente, evita doenças resultantes da somatização, como estresse e até a depressão. Isso pode até melhorar sua performance na nova vaga!

 

Colaboradores também temem

Além do próprio candidato, o colaborador de uma empresa que tem essa política, mesmo que informal, também pode sentir e sofrer com a desvalorização e até o receio de fazer cursos e certificados. Em outro trecho da reportagem da Folha de S. Paulo, se expõem como o “candidato também pode ser visto como uma ameaça por outros funcionários ou mesmo pelo gestor da vaga”. Ter certeza do que você quer e aceitar que alguns não valorização, afastará o sofrimento e levará segurança e tranquilidade. Em casos de discordância extrema em que a realidade não pode ser aceita pela mente e pelo corpo, olhe para fora e busque oportunidades que correspondam as suas expectativas.

 

Tratar cursos e diplomas como vilões é algo espinhento e para aceitar não basta virar uma chave. Entretanto, tudo precisa de um começo, não é mesmo? Se você quiser ler a reportagem da Folha de S. Paulo e conversar um pouco sobre o assunto, aguardo sua mensagem nos comentários, no meu LinkedIn ou e-mail.

 

Simone Bambini

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